Existem duas formas de meditação, um em que criamos um espaço e vivenciamos algo lá, e outra, de aquietar a mente, entregando-se ao silêncio ou a observação pura e simples de algo.
Na primeira podemos conhecer o que trazemos dentro de nós, quais são as mensagens dos nossos desejos, medos e necessidades que não temos ouvido. Podemos entrar em contato com o nosso espírito e alma, e com tudo o que nos acompanha.
A segunda é um ótimo exercício de esvaziamento, trabalha com o mundo como ele é, e ao sair dessa meditação, podemos perceber como moldamos e padronizamos as coisas, deixando de ver o real.
Não há uma prática melhor do que a outra, ambas emanam uma imensa sabedoria, a sabedoria do conhecimento. E assim nos centramos, nos conhecemos e podemos ser atuantes e não passivos.
Esse blog tem a intenção de relatar as minhas experiências, estudos e vivências dentro do Druidismo. Estará em constante construção e reconstrução.
segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016
30 Dias Druídicos - 13° Inspiração
São os ecos da Grande Canção,
Quando a beleza vem à minha alma,
Não pode ser algo comum,
Só pode ser divino,
Essas palavras que tocam com sabedoria e beleza,
Que transforma o mundo,
Que pinta de cores uma tela,
Que enche instrumentos de notas belas,
Que contam histórias dos homens, deuses e encantados,
Não pode ser comum,
Quando nossos caminhos se cruzam,
E sua fala, sua arte e beleza
Conversam com as minhas.
Só pode ser divino,
Essa força que não sabemos de onde vem.
Porém, quando nos toca, por um momento,
Transformamos o ordinário em algo belo
E temos preenchido a minha e a sua alma de algo incomensurável e precioso.
Quando a beleza vem à minha alma,
Não pode ser algo comum,
Só pode ser divino,
Essas palavras que tocam com sabedoria e beleza,
Que transforma o mundo,
Que pinta de cores uma tela,
Que enche instrumentos de notas belas,
Que contam histórias dos homens, deuses e encantados,
Não pode ser comum,
Quando nossos caminhos se cruzam,
E sua fala, sua arte e beleza
Conversam com as minhas.
Só pode ser divino,
Essa força que não sabemos de onde vem.
Porém, quando nos toca, por um momento,
Transformamos o ordinário em algo belo
E temos preenchido a minha e a sua alma de algo incomensurável e precioso.
sábado, 27 de fevereiro de 2016
30 Dias Druídicos - 12° Roda do Ano
Samhain é momento de estar dentro, dentro de mim, entendendo quem sou, o que devo deixar no campo, o que não serve mais. É um tempo fora do tempo, é um espaço fora do espaço, momento de olhar o rio que corre na alma e saber quais são as heranças ancestrais, qual é o destino. É o dia do pacto com a Soberania, para isso é necessário silêncio e entrar sem medo nos mistérios da existência, vida e morte. Só sabendo a missão da vida é que terei direito à Soberania.
Imbolc é a esperança que brota, é o leite que nutre, que dá forças para seguir os planos, é a água da fertilidade, é a água da vida, é a aprendizagem da forja, é o amor de mãe, é o amor de Brighid, fertilizando, curando, nutrindo e criando.
Beltane é o tempo da vontade, é o tempo da vida em ação, de plantar os mais belos sonhos e de lutar nas mais dignas batalhas. É o sol luzindo e criando o prazer de viver.
Lughnasadh é o momento de gratidão e de colher os frutos que a vida permitiu, de aprender que não há outro modo de ser, você é e recebe apenas o que plantou, não pode ser diferente, aprenda e agradeça, você é autor da sua história.
Imbolc é a esperança que brota, é o leite que nutre, que dá forças para seguir os planos, é a água da fertilidade, é a água da vida, é a aprendizagem da forja, é o amor de mãe, é o amor de Brighid, fertilizando, curando, nutrindo e criando.
Beltane é o tempo da vontade, é o tempo da vida em ação, de plantar os mais belos sonhos e de lutar nas mais dignas batalhas. É o sol luzindo e criando o prazer de viver.
Lughnasadh é o momento de gratidão e de colher os frutos que a vida permitiu, de aprender que não há outro modo de ser, você é e recebe apenas o que plantou, não pode ser diferente, aprenda e agradeça, você é autor da sua história.
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016
30 Dias Druídicos - 11° Ritual
Mais do que apenas celebrar, o ritual é marcar um momento, é tornar ele algo especial, é a quebra do tempo e espaço comum, como se disséssemos que a partir daqui começamos algo diferente. Ele é o marco da mudança de estágio. Porém sem deixar de levar em consideração que nada se extingue, que somos o acúmulo das nossas experiências e das pessoas que interagimos.
Na História da humanidade, o que mais temos são rituais, vivemos saindo de um estágio para outro, a diferença é que a sociedade moderna parou de sacralizar seus ritos, tornando a maioria em assuntos burocráticos, comerciais ou de calendário.
No entanto, o ritual é um dos fatores mais importantes para a vida saudável da humanidade, é através do rito que descobrimos quem somos e traçamos nosso caminho, é para ele que voltamos quando nos perdemos. O rito transforma a vida sagrada e bela, pois ele quebra a normalidade das coisas e transborda a energia transformadora. Recordamos através dele a divindade das coisas e de nós mesmo. E o principal, tornamo-nos mais gratos e conscientes ao percebermos que tudo na vida é cíclico.
Na História da humanidade, o que mais temos são rituais, vivemos saindo de um estágio para outro, a diferença é que a sociedade moderna parou de sacralizar seus ritos, tornando a maioria em assuntos burocráticos, comerciais ou de calendário.
No entanto, o ritual é um dos fatores mais importantes para a vida saudável da humanidade, é através do rito que descobrimos quem somos e traçamos nosso caminho, é para ele que voltamos quando nos perdemos. O rito transforma a vida sagrada e bela, pois ele quebra a normalidade das coisas e transborda a energia transformadora. Recordamos através dele a divindade das coisas e de nós mesmo. E o principal, tornamo-nos mais gratos e conscientes ao percebermos que tudo na vida é cíclico.
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016
30 Dias Druídicos - 10° Espíritos da Natureza
Assim como cada um de nós, humanos, temos o nosso próprio eu que nos torna diferente uns dos outros, dentro de um corpo físico, tudo na natureza tem seu próprio eu, suas características distintas e únicas, que estão relacionadas àquele corpo. Um determinado carvalho vai ter sua própria identidade, essa essência que o torna diferente de outro carvalho. E quando ele morre esse espírito vai com ele, pois é sua característica.
Quando tentamos mudar as essências das pessoas, e elas passam a seguir padrões que não são seus, elas adoecem; podemos ver que pessoas com depressão sentem-se como se não existissem, elas se silenciam, porque foram-lhes postos padrões que não competem com seu espírito. O mesmo acontece com os espíritos da natureza, se passamos a ditar-lhes padrões que não são seus, eles adoecem, entram em stress, fadiga e tristeza. Então, não é estranho vermos frutos e flores fora de épocas, rios e ventos fora de controle, entre outros.
Tal desequilíbrio do espírito da natureza, pois está tudo ligado, causa doenças e desequilíbrios em tudo o que está vivo sobre a Terra, e assim vemos doenças em massa. O câncer e as doenças autoimunes são, provavelmente, um dos resultados do desrespeito aos espíritos da natureza.
Não há como se desligar, um mal que acontece algum espírito, acontece a todos, afinal somos um organismo vivo, quando um adoece, todos adoecem.
quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016
30 Dias Druídicos - 9° Ancestrais
Já preparei a mesa, está tudo servido.
Já acendi o fogo, e estou pronta.
Contem-me suas histórias,
Seus acertos e erros,
Cantem-me as suas canções,
Falem-me de tudo que um dia fez pulsar o seu coração.
Só quero me ver melhor,
Sei que muito de vocês está em mim.
Quero louvar as coisas boas,
Bem como quero, por vocês, trilhar um caminho melhor,
Talvez, em algum ponto, consertando aqueles erros que vocês não enxergaram.
Nasci nessa família,
Meu sangue tem suas histórias;
Nasci nessa terra,
Meus passos têm suas histórias;
Trilho esse caminho espiritual,
Minha alma tem suas histórias.
Então, peço, diante dessa mesa posta,
Desse fogo aceso,
Contem-me em poesia, conto ou música,
As suas histórias.
Podem-me sussurrá-las nos ventos,
Podem me contar em um sonho,
Eu espero...
Eu escuto...
Eu sinto...
Vocês estão em mim
E sou parte das suas histórias.
Já acendi o fogo, e estou pronta.
Contem-me suas histórias,
Seus acertos e erros,
Cantem-me as suas canções,
Falem-me de tudo que um dia fez pulsar o seu coração.
Só quero me ver melhor,
Sei que muito de vocês está em mim.
Quero louvar as coisas boas,
Bem como quero, por vocês, trilhar um caminho melhor,
Talvez, em algum ponto, consertando aqueles erros que vocês não enxergaram.
Nasci nessa família,
Meu sangue tem suas histórias;
Nasci nessa terra,
Meus passos têm suas histórias;
Trilho esse caminho espiritual,
Minha alma tem suas histórias.
Então, peço, diante dessa mesa posta,
Desse fogo aceso,
Contem-me em poesia, conto ou música,
As suas histórias.
Podem-me sussurrá-las nos ventos,
Podem me contar em um sonho,
Eu espero...
Eu escuto...
Eu sinto...
Vocês estão em mim
E sou parte das suas histórias.
terça-feira, 23 de fevereiro de 2016
30 Dias Druídicos - 8° Divindades e Crenças
O primeiro ponto nesse assunto é que sou politeísta, pelo fato de acreditar que assim como nós somos diversas pessoas, os deuses também são diversos, com suas histórias, famílias e características próprias, voltados para algumas atividades e outras não, da mesma forma que nós, humanos.
Por outro lado, acredito que todos nós somos parte de uma força imensa, A Grande Canção, e que ela vai formando as nossas vidas e nós vamos a formando também. A cada geração, a Canção vai ganhando novas notas, às vezes belas e outras nem tanto, e a falta de harmonia na Canção causa mal-estar, da mesma forma que se formos à uma apresentação de orquestra e os músicos começarem tocar de forma desarmoniosa.
Como politeísta, tenho culto a diversos deuses do panteão celta, tendo uma proximidade maior com o panteão irlandês e o celtibérico. Porém, dentro de tais panteões, por identificação e um sentimento de amor, e o amor não se explica, mantenho devoção a Óengus e Brighid no irlandês, e Nábia no celtibérico. A devoção para mim é uma espécie de amor e pertencimento, é como se dissesse sou parte de você e por isso me devoto a você de todo coração, trago-lhe uma poesia em forma de oração e hoje te sirvo algo que gosta, e assim procuro te ter próximo a mim.
No demais, acredito na sacralidade da natureza, que ela está repleta de espíritos guardiões. Acredito na existência do outro mundo, onde os ancestrais vivem e pode nos auxiliar e ensinar, seja com seus erros ou acertos. Bem como a crença nos seres feéricos, seres que pode nos auxiliar ou não, mas não deixam de ser os nossos vizinhos, mesmo com uma natureza e moral diferente da nossa.
Por outro lado, acredito que todos nós somos parte de uma força imensa, A Grande Canção, e que ela vai formando as nossas vidas e nós vamos a formando também. A cada geração, a Canção vai ganhando novas notas, às vezes belas e outras nem tanto, e a falta de harmonia na Canção causa mal-estar, da mesma forma que se formos à uma apresentação de orquestra e os músicos começarem tocar de forma desarmoniosa.
Como politeísta, tenho culto a diversos deuses do panteão celta, tendo uma proximidade maior com o panteão irlandês e o celtibérico. Porém, dentro de tais panteões, por identificação e um sentimento de amor, e o amor não se explica, mantenho devoção a Óengus e Brighid no irlandês, e Nábia no celtibérico. A devoção para mim é uma espécie de amor e pertencimento, é como se dissesse sou parte de você e por isso me devoto a você de todo coração, trago-lhe uma poesia em forma de oração e hoje te sirvo algo que gosta, e assim procuro te ter próximo a mim.
No demais, acredito na sacralidade da natureza, que ela está repleta de espíritos guardiões. Acredito na existência do outro mundo, onde os ancestrais vivem e pode nos auxiliar e ensinar, seja com seus erros ou acertos. Bem como a crença nos seres feéricos, seres que pode nos auxiliar ou não, mas não deixam de ser os nossos vizinhos, mesmo com uma natureza e moral diferente da nossa.
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016
30 Dias Druídicos - 7° Práticas Diárias
Ao pensarmos em alguma religião ou caminho espiritual, sempre vem a inquietação do que se pode ser feito quando não estamos em grupo, o que fazemos diariamente para estar em contato com o divino.
As orações diárias, provavelmente, são a primeira opção que vêm às nossas mentes, afinal, por elas pedimos proteção, sabedoria no agir e falar e somos gratos aos deuses e espíritos guardiões por terem estado conosco, como também gratidão pela bondade da terra por nos dar o alimento.
Oferendas aos ancestrais e aos espíritos da natureza, com qual dividimos a Terra também pode ser uma das práticas, afinal é uma forma de respeito e honra.
A meditação também encaixa em forma de prática diária, pois é através dela que conseguimos nos equilibrar, dentro do caos do dia-a-dia, como também sabermos quem somos, em um mundo em que as individualidades se perdem na massificação. Bem como entender fatos que não havíamos entendido ou encontrado solução.
No entanto, uma prática que é muito significativa para mim é a contemplação, gosto de ouvir, silenciosamente, o vento nos anunciadores da varanda da minha casa, o canto de diversos pássaros, observar as multicolores borboletas, as árvores que resistem em São Paulo, a represa e as diversas aves que nela habitam, o céu e suas nuvens, as tonalidades que o nascer ou por de sol ocasiona nele, e a lua em suas diversas fases. Contemplar o sabor das bebidas e comidas, bem como o cheiro da Dama da Noite e do mato e terra quando chove ou anoitece, e o solo começa esfriar e os aromas subirem. Essa prática me faz entrar em um estado de beleza e preenchimento incomensurável, o que me faz uma pessoa melhor e mais nobre, por isso me toca muito fazê-la, diariamente.
As orações diárias, provavelmente, são a primeira opção que vêm às nossas mentes, afinal, por elas pedimos proteção, sabedoria no agir e falar e somos gratos aos deuses e espíritos guardiões por terem estado conosco, como também gratidão pela bondade da terra por nos dar o alimento.
Oferendas aos ancestrais e aos espíritos da natureza, com qual dividimos a Terra também pode ser uma das práticas, afinal é uma forma de respeito e honra.
A meditação também encaixa em forma de prática diária, pois é através dela que conseguimos nos equilibrar, dentro do caos do dia-a-dia, como também sabermos quem somos, em um mundo em que as individualidades se perdem na massificação. Bem como entender fatos que não havíamos entendido ou encontrado solução.
No entanto, uma prática que é muito significativa para mim é a contemplação, gosto de ouvir, silenciosamente, o vento nos anunciadores da varanda da minha casa, o canto de diversos pássaros, observar as multicolores borboletas, as árvores que resistem em São Paulo, a represa e as diversas aves que nela habitam, o céu e suas nuvens, as tonalidades que o nascer ou por de sol ocasiona nele, e a lua em suas diversas fases. Contemplar o sabor das bebidas e comidas, bem como o cheiro da Dama da Noite e do mato e terra quando chove ou anoitece, e o solo começa esfriar e os aromas subirem. Essa prática me faz entrar em um estado de beleza e preenchimento incomensurável, o que me faz uma pessoa melhor e mais nobre, por isso me toca muito fazê-la, diariamente.
domingo, 21 de fevereiro de 2016
30 Dias Druídicos - 6° Espaços Sagrados
Diferente de gregos e romanos, que tinham templos de adoração aos seus deuses, fazendo da construção humana um espaço sagrado, os povos celtas tinham seus espaços sagrados na natureza, pois era nela que estavam seus deuses, antepassados e espíritos encantados.
Era nos bosques a realização de diversos ritos, porque ali estava o nemeton, o espaço sagrado, podiam estar em contato com axis-mundi, e o homem podia alcançá-lo na conexão com as árvores.
O espaço sagrado estava nas águas, que poderiam curar, trazer fertilidade ao solo ou passagem para o mundo dos mortos e encantados.
Estava nas grandes montanhas, pedras que recebiam a luz solar e carregavam em si grandes sabedorias e energias.
A natureza, como um todo, era um espaço sagrado, pois qualquer parte dela poderia ser morada de algum espírito, e procurava-se viver em harmonia com ele.
Hoje nem sempre temos a possibilidade de estarmos em meio às árvores, rios, montanhas e outros, por isso tentamos recriar esse espaço sagrado, o nemeton, na forma de altares ou em meditações que permitam conhecer dentro de nós esse espaço, posto que dentro de nós está todo o mundo, somos partes indivisíveis do todo, como vimos nos nove elementos.
E todas as vezes que podermos estar na natureza sagrada, independente do lugar, podemos nos conectar à sacralidade e sermos gratos, e até mesmo educados com os espíritos levando-lhes oferendas.
sábado, 20 de fevereiro de 2016
30 Dias Druídicos - 5° Os Nove Elementos
O conceito dos nove elementos pode parecer estranho para aqueles que estão acostumados com a concepção de quatro ou cinco elementos; no entanto, a partir do momento em que entramos em contato com ele vemos todo o sentido; principalmente se associarmos os elementos da terra com o nosso corpo.
Sou parte dessa terra,
Seus elementos carrego em mim:
No expandir e mover
Trago o vento na minha respiração.
Como o mar que vai e vem é o sangue bombeado pelo meu coração.
Da nuvem vem o meu cérebro em constante movimentação.
Sou parte dessa terra,
Seus elementos carrego em mim:
No mais sólido e visível
Trago as rochas de força e sustentação nos meus ossos,
Moldável como a terra são as carnes do meu corpo, que o tempo vem transformando.
No crescer e aparar estão meus cabelos e pelos, que cobrem o meu corpo, como a vegetação que cobre a terra.
Sou parte dessa terra,
Seus elementos carrego em mim:
No mais alto e iluminado
Está a minha cabeça, assim como o céu sobre a terra,
A minha mente tem tantas fases como a lua, já foi criança, jovem, agora mulher, e um dia, velha,
O vigor e a energia do sol estão na minha face, a minha representatividade no mundo.
Por isso, sou parte dessa terra,
E seus elementos estão em mim.
Sou parte dessa terra,
Seus elementos carrego em mim:
No expandir e mover
Trago o vento na minha respiração.
Como o mar que vai e vem é o sangue bombeado pelo meu coração.
Da nuvem vem o meu cérebro em constante movimentação.
Sou parte dessa terra,
Seus elementos carrego em mim:
No mais sólido e visível
Trago as rochas de força e sustentação nos meus ossos,
Moldável como a terra são as carnes do meu corpo, que o tempo vem transformando.
No crescer e aparar estão meus cabelos e pelos, que cobrem o meu corpo, como a vegetação que cobre a terra.
Sou parte dessa terra,
Seus elementos carrego em mim:
No mais alto e iluminado
Está a minha cabeça, assim como o céu sobre a terra,
A minha mente tem tantas fases como a lua, já foi criança, jovem, agora mulher, e um dia, velha,
O vigor e a energia do sol estão na minha face, a minha representatividade no mundo.
Por isso, sou parte dessa terra,
E seus elementos estão em mim.
sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016
30 Dias Druídicos - 4° Três Reinos
Tenho abaixo de mim águas que correm, da sabedoria ancestral bebo; do passado aprendo, nas águas estão meus irmãos de nadadeiras e escamas. A fluidez me guia. Minhas emoções e sentimentos são vivos, carregam tempos e tempos.
Tenho sob meus pés uma terra que me sustenta, o presente que vivo, meus irmãos de pêlo e garras a dividem comigo, a força me guia. Eu aprendo a agir, a pôr em prática o que preciso, é a vontade atuando.
Tenho acima de mim um céu imenso, onde a suindara e meus outros irmãos de pena e bico vivem, a leveza me guia. Dos celestes vem a minha inspiração, meus pensamentos mais profundos, que me fazem imaginar e idealizar um futuro.
Quando o tempo já não for mais o meu tempo, quando eu fizer a viagem além das nove ondas, desejo ser uma fonte de águas límpidas, da qual meus descendentes bebam e aprendam o que um dia, eu vivi e aprendi.
Tenho sob meus pés uma terra que me sustenta, o presente que vivo, meus irmãos de pêlo e garras a dividem comigo, a força me guia. Eu aprendo a agir, a pôr em prática o que preciso, é a vontade atuando.
Tenho acima de mim um céu imenso, onde a suindara e meus outros irmãos de pena e bico vivem, a leveza me guia. Dos celestes vem a minha inspiração, meus pensamentos mais profundos, que me fazem imaginar e idealizar um futuro.
Quando o tempo já não for mais o meu tempo, quando eu fizer a viagem além das nove ondas, desejo ser uma fonte de águas límpidas, da qual meus descendentes bebam e aprendam o que um dia, eu vivi e aprendi.
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016
30 Dias Druídicos - 3 º Terra e Natureza
O homem, na
perspectiva druídica, não é o senhor da Terra, e a natureza não está ali
sujeita às suas vontades. Ele é parte da natureza e entende que qualquer falta
de sintonia com ela pode lhe causar grandes prejuízos.
Esse pensamento não é exclusividade do
Druidismo, mas de todas as religiões de cunho animista.
Os antigos celtas, nossos antepassados de
tradição, os quais são as fontes do qual bebemos, tinham os bosques como
sagrados, conseguiam enxergar a sabedoria das árvores, pois não só podiam nos
dar alimentos e frescor nos dias de calor, como poderiam curar nossas doenças.
E suas raízes estavam lá firmadas nos conhecimentos dos ancestrais, seu tronco
a morada do terreno e suas folhas iluminadas pelos deuses celestes. Era o
equilíbrio entre a pureza d'água e a fertilidade dos raios solares.
Tudo era produzido em seu tempo, não se
tomava demais da terra e nem dos animais. Tanto a colheita, como o abate dos
animais eram ritualísticos, em honra a bondade da natureza.
Mas, hoje, vivemos em uma sociedade
moderna, predominada pela lógica do consumo, do desperdício e crescimento
urbano. Onde somos totalmente alienados com a nossa comida, vestimenta e modo
de morar. Como resistir dentro de uma sociedade assim? Como resgatar essa sacralidade
e sintonia? Se as nossas vidas são parte da Grande Canção e como a vivemos é
que vai construindo tudo, como podemos mudar a construção desses um pouco mais
de 200 anos de história?
As respostas para essas perguntas não são
fáceis, já sofremos com o nosso desequilíbrio, seja pela seca, enchentes ou
doenças, e uma hora, a Terra com sua sabedoria irá equilibrar tudo, mesmo que
seja eliminando a espécie destrutiva. Não há uma solução milagrosa. E acredito
que, ainda, não será essa geração a ocasionar a mudança total. Mas acredito que
ela pode ser a plantadora da semente, pois há muitas formas de se viver sendo
postas em prática, em que as pessoas são atuantes no seu alimentar e no morar,
convivendo de uma maneira equilibrada com a natureza.
Podemos resgatar a sacralidade e o
respeito com a natureza, nos recusando a comprar alimentos fora de época, não
aceitando pacificamente que ele seja repleto de venenos e modificações
genéticas, não deixando que grandes construtoras nos ditem como morar, e que
mineradoras e hidrelétricas tenham total aval para ocupar territórios como lhes
convém. E o principal, precisamos sacralizar a natureza para as crianças, para
as gerações futuras.
Pode ser utópico, mas acredito ser esse o
papel do Druidismo Moderno. Resgatar essa conexão do Homem com a natureza, pois
temos tudo aquilo que nos é sagrado aqui, e não na vida pós-morte ou na volta
de algum messias.
quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016
30 Dias Druídicos - 2° Cosmogenia
Cosmogenia
O que sabemos do princípio?
Seguimos nossa intuição,
E o que ouvimos:
No princípio era silêncio,
Do silêncio fez-se música,
Da música fez-se tudo.
Pedaço por pedaço,
Estrela por estrela,
Planetas,
Galáxias infindáveis.
Fez a minúscula Terra,
Suas águas, solo e céu,
Animais, homens, plantas,
Seres encantados,
Deuses.
E a canção continua,
Dela tudo surge,
Para ela tudo volta.
Oran Mor!
Todos somos parte da sinfonia.
Ela nós faz,
E nós a fazemos.
Somos ela,
Está em nós
E nós, nela.
O que sabemos do princípio?
Seguimos nossa intuição,
E o que ouvimos:
No princípio era silêncio,
Do silêncio fez-se música,
Da música fez-se tudo.
Pedaço por pedaço,
Estrela por estrela,
Planetas,
Galáxias infindáveis.
Fez a minúscula Terra,
Suas águas, solo e céu,
Animais, homens, plantas,
Seres encantados,
Deuses.
E a canção continua,
Dela tudo surge,
Para ela tudo volta.
Oran Mor!
Todos somos parte da sinfonia.
Ela nós faz,
E nós a fazemos.
Somos ela,
Está em nós
E nós, nela.
terça-feira, 16 de fevereiro de 2016
30 Dias Druídicos - 1° Por que Druidismo?
Começo
respondendo essa pergunta com uma pequena divagação sobre a minha infância. Um
ponto importante é que nos lembramos, desse período, apenas coisas que nos
marcaram profundamente e construíram o que somos hoje. Alguns momentos,
portanto, dessa minha fase de vida são primordiais para a resposta.
Vamos a ela:
Quando menina, o vento era meu principal amigo, passava horas brincando de voar
com ele, a chuva era de um imenso prazer, transformar-me em árvore era minha
brincadeira favorita, assim como colecionar pedras era uma aventura. A primeira
vez que subi em uma árvore (abacateiro), não me contentei ficar nos seus
primeiros galhos, fui até o seu cume, e lá, a sensação que senti talvez não
seja plenamente narrável; senti que o mundo era imenso, e a sabedoria e a
felicidade da vida estavam ali.
Mas eu era de
uma família cristã-católica, não muito praticante, e isso era apenas
brincadeira de criança. Eu nasci em busca espiritual, para mim sempre houve
algo a mais. Do Catolicismo passei para o Evangelismo na adolescência, caminho
que silenciou tudo o que eu era e que acreditava de mágico no mundo. Ao
abandonar este, a certeza era a de que toda religião era dominação, de que o
homem só podia ser livre se não estivesse sujeito a nada que não seja palpável
e terreno.
Esse pensamento
não se firmou por muito tempo, a busca espiritual batia na minha porta. Eu não
conhecia nada além das grandes religiões e nenhuma daquelas roupas me serviam.
Foi quando conheci o paganismo, onde não se negava a vida terrena, pois não
havia o homem repartido do Cristianismo. Comecei, como muitos, pela Wicca, no
entanto ela não falava à minha alma, algo faltava, algo que fizesse meu coração
pulsar, sendo eu sempre fui movida por ele.
E quando o
Druidismo apareceu no meu caminho, me reencontrei com aquela criança em cima do
abacateiro, entendendo o mundo sem entender, reencontrei com a amiga dos
ventos, a menina-árvore e a colecionadora de pedras. A menina sabia o caminho,
pois muitas vezes a alma de uma criança lembra o que nós, adultos, vamos
esquecendo, impregnados pela cultura.
Por isso o
Druidismo, pois ele faz parte da minha essência primordial. Porque com ele me
reencontro e sinto o coração vivo e pulsante.
30 Dias Druídicos
Iniciarei
esse blog com uma prática já posta há algum tempo na comunidade druídica, por
acreditar que ela torna bem claro como concebemos a religiosidade e caminho
espiritual que viemos traçando. Acredito que posso cometer alguns erros, pelo
meu pouco tempo dentro no Druidismo (três anos), mas nada aqui pretende ser
alguma espécie de verdade absoluta, sim uma compreensão do que tenho vivenciado
por meios diversos.
Procurarei
fazer os 30 dias, realmente, um seguido do outro, espero que consiga, e ele
poderá aparecer em diferentes estruturas: relato, poesia, narração ou dissertação;
deixarei a inspiração se estruturar da melhor maneira que ela desejar.
Seguirei
a lista padrão:
1- Por
que Druidismo?
2- Cosmologia
3- Terra
e Natureza
4- Três
Reinos
5- Elementos
6- Espaços
Sagrados
7- Prática
Diária
8- Divindades
e Crença
9- Ancestrais
10- Espíritos da Natureza
11- Ritual
12- Roda do Ano
13- Inspiração
14- Meditação
15- Histórias
16- Poesia
17- Ética
18- Ciência e Filosofia
19- Mágia
20- Oração
21- Vida
Consciente
22- Família/ Amigos
23- Comunidade
24- Trabalho
25- Pisando Leve
26- Distração
27- Um Dia Druídico
28- Caminho
29- Futuro
30- Conselhos
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