Fonte dos Ídolos
O culto à Nábia estendeu-se por toda região norte do Rio Douro, resquícios de árias votivas foram encontradas em montes, fontes e castros. Muitos templos cristãos, aparentemente, foram construídos sobre seus altares de devoção.
Popularmente conhecida como uma deusa guerreira, dos rios e fontes, fato bem perceptível devido a quantidade de rios com seu nome ( Návia, Neiva e Nabão) e a sua imagem na Fonte dos Ídolos em Braga, bem como a relação clara com a palavra 'navegar'; o que a coloca como uma possível psicopompo, condutora das almas para o Outro Mundo, sendo que esse simbolismo das águas, dentro da religiosidade celta, não pode ser ignorado.
No entanto, o simbolismo das águas também está ligado às deusas nutridoras da terra, como as deusas gaélicas Danu e Boann , e com a cura e a fertilidade no caso da Deusa Brighid, o que leva a crer que Nábia não tinha apenas uma face guerreira, porém também de nutridora da terra e uma relação real com a fertilidade e a magia, o que a aproxima de uma deusa da vida.
Sua face guerreira aparece como protetora e guardiã da tribo, a presença de devoções em diversos castros enfatiza bem isso.
A soberania é visível no epíteto Corona que acompanha muitas vezes o seu nome, ela é a 'coroada', como a Morrighan gaélica é a Rainha. Ela é senhora dos montes e outeiros, seu valor mágico e soberano se reafirma nisso.
Sua oferenda eram os cordeiros, um animal de pastagem da tribo, ele além da carne, provém a lã e o leite, e a tribo lhe oferece o melhor. O melhor para Nábia Corona, para que os protegessem não só na guerra, e ataques a tribo, mas da fome e seca.
Com base, nessas conclusões, Nábia é uma deusa da tribo, da nutrição da vida, condutora ao outro mundo e a guerreira que defende a tribo e ajuda os guerreiros.
https://m.youtube.com/watch?v=YqF4-CdyfUA
Fontes:
OLIVARES PEDREÑO, Juan Carlos - Los Dioses de la Hispânia Céltica–Madrid : Real Academia de la Historia : Universidad de Alicante, 2002.
VASCONCELLOS, J. Leite de - Religiões da Lusitânia, Volume II, Lisboa: Imprensa Nacional, 1905.
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