sábado, 7 de maio de 2016

Deusa Nábia - Parte II

 Nábia e os Festivais



Navia de Suarna

             Na ária encontrada em Mareco ( uma cidade portuguesa extinta, hoje unificada a Penafiel), uma data nos dá um possível momento de celebração à Nábia, o mês de abril, o que a coloca no entremeio da chegada da primavera e do momento em que os pastores e agricultores sairiam para o campo, e os guerreiros para suas possíveis guerras, e pensando na Celtibéria e a ânsia guerreira, o tal era bem real.
            Na Fonte dos Ídolos as inscrições à Nábia vem ao lado de um homem que segura a cornucópia, símbolo de fertilidade; há muitas hipóteses a esse respeito, podendo esse ser mais um deus, o que não deixa de a cornucópia ter um forte significado. A fonte remete ao período romano na península, e os romanos são conhecidos pela unificação das suas crenças com os povos nativos, então o símbolo greco-romano ofertado à uma deusa celta não é de se estranhar, pelo contrário, reafirma a deusa Nábia em sua face de nutridora da tribo.
          Segundo Melena (1984), Nábia é a deusa dos montes, a deusa selvagem, portanto o espírito da vida. E em Abril essa força de vida está desperta. Essa força selvagem faz parte da fúria do guerreiro e do semear.
          E nesse momento que antecede a saída da tribo para seus trabalhos: pastorar, plantar e guerrear, é o tempo de fazer oferendas a Nábia, para que ela possibilite o terreno fértil, que suas águas nutram a terra, e as plantações cresçam em abundância, que o gado esteja protegido das doenças e saques, que a tribo esteja guardada e vigiada pelos seus olhos e os guerreiros protegidos por ela, e se tombarem nos campos de batalhas sejam guiados por ela ao Outro Mundo. Bem como ela seja a energia e força para isso.

Fonte:
MELENA, José L. - Un Ara Votiva in: VELEIA, Revista de Prehistoria, Historia Antigua, Arqueologia y Filologia Clasicas. Pais Vasco: 1984.

OLIVARES PEDREÑO, Juan Carlos -
Los Dioses de la Hispânia Céltica–
Madrid : Real Academia de la Historia : Universidad de Alicante,
2002.

SOARES, Lina Maria - Da Scallabis Romana a Sactarem: Espaços, Gentes e Lendas in: Espaços e Paisagens. Antiguidade Clássica e Heranças Contemporâneas. Vol. 3. História, Arqueologia e Arte, org. OLIVEIRA, Francisco et. all. Coimbra: Associação Portuguesa de Estudos Clássicos - APEC, 2010.

VASCONCELLOS, J. Leite de  - Religiões da Lusitânia, Volume II, Lisboa: Imprensa Nacional, 1905.



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